Descrição
Caio desiste da verticalidade. A cada página, queda após queda, Caio vai refazendo o nosso chão. Os impactos formam sulcos, os sulcos abrem caminhos, os caminhos não são binários – nem prosa nem poesia sendo os dois, não mais teoria ou prática sendo vida vivida. O texto em gênero fluido mistura música, artes visuais, teatro, dança, literatura, performance. A escrita e seus espaçamentos, a dramaturgia e suas cavidades, as manchas gráficas e os vas- tos vazios, desfazem enquadramentos rígidos e fazem nascer um livro palestra-performance. Caio gosta dos jogos de vertigem, de se jogar nos azuis até fazer onda, da queda livre. E sua queda é livre porque cheia de sins. Sim para a experimentação. Sim para a cena em expansão. Sim para a palavra, a língua, o beijo, o dizer carnudo performativo. Sim para a luta, a delicadeza, a tristeza, o amor, a densidade, a política, o humor. Para o que der e vier e mais o infinito.
Eleonora Fabião