Seu carrinho está vazio no momento!
Pesadelo ambicioso
O sexto livro de Fausto Fawcett, Pesadelo ambicioso, é uma coletânea de textos presentes em quatro espetáculos: uma versão de Fawcett para Salomé, de Oscar Wilde, encenada pelo grupo Companhia Teatro do Urubu de Curitiba; um show do próprio Fausto com os Robôs Efêmeros (Cachorrada Doentia); uma instalação do grupo Chelpa Ferro em Brasília que tinha como título exatamente Pesadelo Ambicioso e textos do evento Trovadores do Miocárdio, que aconteceu em São Paulo. O prefácio foi escrito pela filósofa, atriz e diretora teatral Carolina Meinerz, para quem Fawcett escreveu Salomé. O design é assinado por Sônia Barreto.
Para Fausto, o termo que define seus livros é “Fricção Científica”, “porque estamos esfregando, engolindo, friccionando tecnologia em nossos corpos de forma viciante e prazerosa.” O que era privilégio de soldados ou de terroristas, está devidamente espalhado nas manchas urbanas: são transtornos de personalidade apocalíptica, com as redes sociais, acionando o gatilho de todas as inconsciências e pulsões possíveis. O ser humano transformou o planeta num fenômeno extremo, só resta a ele vivenciar o limbo das insuficiências científicas, políticas e religiosas. Pesadelo Ambicioso é a crônica-ensaio-ficção dessa guerra mental, dessa busca alucinada por uma intensidade vital totalmente amoral e grotesca nos grandes centros urbanos, principalmente os do terceiro mundo.
“A escrita fawcettiana, assim, nos ilumina e nos confunde. Frases longas, exuberantes na sintaxe e contraintuitivas na semântica, são postas à nossa apreciação poética, sobrepondo-se à narrativa. A linearidade das ações está a serviço da abundante não-linearidade das imagens e sensações insurgidas. Conceitos filosóficos, sociológicos, biológicos, físicos, políticos e mesmo cosmológicos que se entrelaçam como flora e fauna em um bioma inclemente e dão forma a uma realidade impossível de ser simbolizada, construída em cima de desejos irresolutos — é assim que Fawcett nos atira para dentro de seus tex- tos e nos entusiasma com as ideias que os compõem.”
Carolina Meinerz
Fausto Fawcett é jornalista, compositor e cantor. Apareceu na noite carioca dos anos 80 com sua esquetes misturando teatro, música e poesia. Gravou os discos Fausto Fawcett e os Robôs Efêmeros (1987), Império dos Sentidos (1989) e Fausto Fawcett e Falange Moulin Rouge (1993). Teve grande êxito nas rádios com a canção Kátia Flávia – A Godiva do Irajá (1987), em parceria com Laufer. Presente na trilha sonora da novela global O Outro e do filme franco-britânico Lua de Fel (1992), de Roman Polanski, a canção foi regravada dez anos depois por Fernanda Abreu. Foi co-autor do outro sucesso de Fernanda Abreu Rio 40 Graus, também em parceria com Laufer. Sintonizado com a estética “cyberpunk” e pornô de seus trabalhos musicais, escreveu os livros Santa Clara Poltergeist (1990), depois transformado em show, e Básico Instinto (1992).