Descrição
Trágico teatro contemporâneo. Assim se intitula o novo livro de Carmem Gadelha; assim se expressam os (des)limites onde nos movimentamos, “demasiadamente humanos”, em contornos que se fazem e desfazem.
O teatro escava a linguagem (ou é o contrário?), (des)encontrando nela clarões que se apagam em meio aos abismos. Então, o arcaico se apresenta em nosso hoje, misturando e tornando a separar o mais distante e o mais próximo. No terreno político, o Império é desmedida trágica, em sua pretensão a poderes ilimitados, para além das vicissitudes da História. Não há heróis, apenas alegorias que proliferam à medida que as identidades deslizam entre múltiplos processos de subjetivação. Entre Wagner e Artaud, o acontecimento da cena (política e teatral), nas dobras e redobras de tempo e espaço, continuidades e rupturas. A cena é a do “grande teatro do mundo” que se contorce em meio às fendas do presente, entre a História e o Acontecimento.