Ainda se escuta

Ainda se escuta, de Bruna Moraes, parte da experiência pandêmica da autora em sua casa, em seu quintal: “Às voltas com o vazio, a falta da paisagem, o gesto da impossibilidade circunstancia o inominável.” O livro refaz, com sutileza, as contradições e possibilidades que esse difícil momento forjou. Bruna coloca sua marca nas escritas contemporâneas nessa narrativa curta e intensa. Habitamos com ela esse espaço, esse tempo e suas nuances. O livro traz ainda imagens de pinhole, desenhos e monotipias feitos pela autora, completando essa escrita que se move entre gêneros, como marca a contemporaneidade.

“Para além de um espaço autocontido, o jardim do prédio da minha então residência é uma fresta no concreto urbano. É neste intervalo que cultivo, além de plantas, encontros, alimentos e modos de contar as suas histórias. Investigo possibilidades e limitações da linguagem, renuncio a qualquer exatidão técnica. Encontro ao alcance de meus próprios olhos a paisagem imediata que proclama indagações.”